Homenageado começou como jornaleiro aos 11 anos e atuou em emissoras de rádio do Paraná e São José dos Campos.
Na noite de sexta-feira (19), a Câmara Municipal entregou, em sessão solene, o título de Cidadão Joseense ao radialista e jornalista Paulo Silva, apresentador de programa jornalístico matinal na rádio Cultural FM, foi concedida pelo decreto legislativo 35/2023.
Valdevino Paulo da Silva, seu nome de batismo, nasceu na cidade de Maria Helena, no Paraná. Aos 11 anos deu os primeiros passos na comunicação fazendo entrega de jornais em Cruzeiro do Oeste (PR). Entre os clientes estavam locutores de várias rádios que o levaram a participar como locutor de um programa dominical, o que mais tarde se tornou sua profissão.
Chegou a São José dos Campos em 1988 e teve como mentores os radialistas Antonio Leite, já falecido, e Lano Brito, presente na cerimônia. Trabalhou nas rádios Piratininga, Metropolitana, Rádio Clube Jacareí, Rádio Clube AM, Vale FM, Eldorado AM, Rádio Mix FM e rádio 99.7 FM da Igreja Universal do Reino de Deus. Também apresentou programas da TV Band Vale, entrevistas no canal web do SindCT e foi compositor da Liga das Escolas de Samba da cidade, além de ser fundador e editor do impresso “Jornal Troca-Troca”.
Durante a cerimônia, familiares, amigos e colegas de profissão do radialista foram à tribuna e destacaram sua forma humilde de se comunicar, o envolvimento com a cidade e o alcance às pessoas por meio do rádio, entre eles, os jornalistas Roberto Matias, Lano Brito, Ciro Bondesan, Dirceu Plenamente, entre outros. Vídeos recordaram momentos na profissão e apresentação cênica do multiartista Cláudio do Vale e musical com o cantor de músicas italianas Renato Gabbiani.
Ao receber o título, o novo cidadão joseense disse estar feliz pela honraria, que é uma motivação para que siga executando seu trabalho com qualidade e mencionou diversos colegas de profissão. Paulo Silva estendeu a homenagem a vários outros comunicadores da área que fizeram parte de sua carreira.
A seguir, trechos da entrevista do radialista Paulo Silva a Revista A Hora da Verdade
O que o motivou a escolher a cidade de São José dos Campos para viver?
Escolhi vir para São José dos Campos, primeiro porque é perto de tudo, por exemplo; para deslocar para São Paulo e Rio de Janeiro, próximo das principais praias e da montanha. E, porque não dizer também que é perto do mundo, pois, a época, em menos de uma hora você estaria nos aeroportos de Viracopos em Campinas, de Congonhas em São Paulo e Guarulhos. E também porque buscava qualidade de vida, educação de qualidade, a cultura e o sonho de trabalhar no rádio. Tudo isso pesou muito para a minha decisão.
O que mudará na sua vida com este título de Cidadão Joseense?
Esse título sela minha relação com São José dos Campos. É uma honra receber esse Título de Cidadão Honorário de SJC, cidade que aprendi amar e onde moro, este reconhecimento é um dos mais altos elogios que alguém pode receber e isso muda tudo me dando motivação de fazer sempre mais e melhor.
Qual foi o momento mais emocionante da cerimônia desta que é a mais alta honraria do legislativo, o título de Cidadão Joseense na Câmara Municipal?
A emoção foi completa ver os meus amigos de imprensa testemunharem sobre a minha pessoa me tocou profundamente; mas ver o cantor de música italiana Renato Gabbiani entoar Ave Maria de Gounod escrita por Johann Sebastian Bach e finalizada por Charles Gounod e, ainda, a performance do ator, diretor, dançarino e cantor Claudio do Vale interpretando os versos do nosso poeta maior Cassiano Ricardo, foi nesses dois momentos que meu coração foi tomado por forte emoção.
Sabemos que existe uma finalidade, mas por que trazer o carrinho de pipoca na recepção no saguão da Câmara Municipal neste importante momento da sua vida?
Pela primeira vez numa cerimônia na Câmara, e em qualquer honraria no Brasil, a pipoca também foi a homenageada, pois nos Estados Unidos se diz “popcorn” e em espanhol a pipoca tem um nome lindo é chamada “palomitas”. Ela é muito popular, pois está presente nas salas de cinemas, nos teatros, nas inaugurações das empresas e, especialmente, em casa quando você reúne a família. E sem nenhuma cerimônia, todos compartilham desta iguaria que é sinal de prestígio da sociedade. E eu me senti como se fosse aquela pipoca; “aceita em todos os lugares”.
Qual foi a maior alegria no decorrer desses anos em São José dos Campos?
A minha maior e inesquecível alegria foi receber o Batismo na pessoa do Espirito Santo.
Como você classifica a cidade de São José dos Campos para viver?
Recentemente, ela foi classificada a cidade com a melhor qualidade de vida entre os municípios do Vale do Paraíba e região bragantina, a média foi de 66,36 pontos. Como diz o nosso hino da Une o livro ao esmeril, e é assim que eu a classifico.
O que você mais gosta na cidade de São José dos Campos?
Gosto do povo, das oportunidades para se ganhar dinheiro, pois aqui só passa fome quem tem preguiça de mastigar.
Aqui você conquistou muitas amizades, constituiu a família e se formou profissionalmente. Quantos filhos?
Cinco filhos.
Qual a sua maior saudade?
Tenho saudades do mestre e amigo Antonio Leite, um verdadeiro “ícone” da comunicação na região.
Quais as perspectivas para o futuro?
Dobrar a tiragem do Jornal do Troca-Troca para 50 mil exemplares e começar a apresentação do Jornal das Sete, às 6 horas da manhã.
Pode deixar uma mensagem aos nossos leitores?
Primeiramente, quero aqui agradecer esta honraria idealizada pelo Vereador Rafael Pascucci e aprovada por unanimidade pelos demais vereadores e vereadoras. E afirmar que uma grande cidade é aquela que recebe bem quem chega, deixa saudade em quem parte e, principalmente cuida muito bem de quem fica e eternizar as palavras de Edgard Roquette Pinto, considerado o “pai do rádio” no Brasil que disse: “O rádio é o jornal de quem não sabe ler, é o mestre de quem não pode ir à escola, é o divertimento gratuito dos menos favorecidos”. E relembrar o que o nosso poeta maior, Cassiano Ricardo disse: “Sou feliz porque nasci em São José dos Campos”.
Fotos: Oscar Santos/Roberto Matias/Divulgação.
