Cartas Perdidas espalham palavras de fé, esperança e amor

Cartas Perdidas espalham palavras de fé, esperança e amor

 

Em sua primeira epístola endereçada ao povo de Corinto, durante o primeiro século da Era Cristã, Paulo de Tarso escreveu que — mesmo nos momentos mais duros, mais difíceis, de maior tribulação  — não devemos jamais descartar a fé, a esperança e o amor, estes três, mas principalmente o amor.

Por meio de sua obra epistolar, Paulo de Tarso tornou-se São Paulo e escreveu quase metade do Novo Testamento. Hoje, diretamente do estado brasileiro que leva o nome do apóstolo dos gentios, voluntários da RMVale criaram uma verdadeira corrente do bem dedicada a envelopar, selar e enviar palavras de fé, esperança e amor.

Isso mesmo, por meio de cartas.

O grupo, formado por voluntários do projeto Cartas Perdidas, tanto do Vale do Paraíba quanto em Manaus, está enviando mensagens para profissionais que atuam na linha de frente do enfrentamento à Covid-19 no Amazonas e outros pontos da região Norte.

Já são mais de 10 mil cartas e o número só aumenta. Além da capital, as mensagens já chegaram a mais de outros 20 municípios do interior amazonense e também ao Pará.

“Nossas cartas vão de barco, de avião, vão chegar ao extremo norte do Amazonas”, disse a voluntária Fabiana Silva Azevedo, presidente do GAV (Grupo de Apoio Voluntário) do Amazonas, entidade parceira do Cartas Perdidas.

As cartas já chegaram às cidades de Amaturá (AM),  Autazes (AM), Barcelos (AM), Benjamim Constant (AM), Borba (AM), Careiro Castanho (AM), Coari (AM), Faro (PA),  Humaitá (AM), Iranduba (AM), Juruá (AM), Jutaí (AM), Itacoatiara (AM), Manaus (AM), Maraã (AM), Maués (AM), Nhamundá (AM), Novo Aripuanã (AM), Parintins (AM),  Presidente Figueiredo (AM), Rio Preto da Eva (AM), São Sebastião do Uatumã (AM) e Terra Santa (PA), entre outros.

“O projeto está expandindo numa proporção enorme para o interior do Amazonas. Só para Parintins precisamos de mais 3.000 cartas. Estamos conseguindo muitos contatos nos municípios mais distantes e pequenos do estado”, afirmou a voluntária Paula Jobim.

Fábrica.

Para atender a demanda que cresce rapidamente, o Cartas Perdidas criou uma espécie de fábrica de mensagens em Manaus. Além das cartas enviadas via correio, os voluntários do Vale criaram um “banco de cartas”, digitalizando as epístolas escritas em São José dos Campos, Jacareí, Caçapava, Taubaté e outras cidades da região. Essas mensagens digitalizadas foram encaminhadas para o núcleo manauara do projeto, que faz impressões diárias de centenas delas. São duas impressoras que trabalham incessantemente.

Graças ao “milagre” da multiplicação das cartas, o projeto consegue atender à demanda por mais e mais mensagens, para que cada vez mais pessoas sejam atingidas por essa corrente de amor ao próximo.

Emoção.

Nos envelopes, os carteiros deixam um número de WhatsApp para quem quiser responder as mensagens. E as respostas não param de chegar.

“Meu nome é Hanne, trabalho em Manaus e fiquei muito feliz com a cartinha. Para nós, que vivemos este pesadelo, e para mim particularmente, que estou com meu marido internado e lutando pela vida, foi muito bom receber essas palavras de incentivo e reconhecimento”, afirmou uma profissional de saúde amazonense. “Foi muito importante, chegou quando mais precisávamos, foi um bálsamo”, disse a médica Eliane Lemos.

Paulo de Tarso tinha mesmo razão. O amor nunca falha.

“O Cartas foi criado em 2012, inicialmente como um projeto de literatura, em que eu espalhava por aí poemas e crônicas. Mas em 2019, como um propósito de Deus, transformou-se em uma corrente do bem, um projeto social, e estamos aquui espalhando sementes de fé, esperança e amor”, disse Guilhermo Codazzi, idealzador do Cartas Perdidas.

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