Termelétrica em Caçapava é atentado à saúde e ao meio ambiente para sindicato e população!
Construção pode prejudicar a qualidade do ar e da água.
No dia 27 de janeiro de 2024 (próximo sábado), a partir das 10 horas da manhã, com saída da Praça da Bandeira em Caçapava-SP, será realizada a Passeata em favor da vida e de todos os seres da água, do ar, do solo.
“Não queremos termoelétrica em Caçapava, prejudicando nossa cidade e região do Vale do Paraíba que tem “Certificado de Qualificado I Município Verde Azul”, Ciclo 2022/2023 pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de SP.
Por que termoelétricas e incineradores devem ser proibidos em nossas cidades?
São unidades geradoras de energia altamente poluentes, emitindo monóxido de carbono, óxido de nitrogênio, mercúrio, chumbo e ozônio troposférico, além de consumirem grandes quantidades de água”, afirma Carlos Roberto Ventura, ambientalista, músico e escritor na cidade.
Entenda o caso
Apesar dos diversos problemas que a construção de uma usina termelétrica deve gerar para o Vale do Paraíba, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) aprovou a concessão do uso da água para uma futura usina em Caçapava. Audiência Pública para discutir o projeto ocorrerá no dia 31 deste mês, na sede do Lions Club da cidade.
Descrita como “a maior termelétrica em potência do Brasil”, se for construída, a usina ocupará 26 hectares, o equivalente a 26 campos de futebol, e terá investimento de US$ 1 bilhão.
Apesar da concessão do uso de água ter sido feita e o investimento previsto ter sido calculado, o projeto ainda está na fase inicial. Mas a decisão sobre a localização da usina já foi tomada pela empresa Natural Energia, que está à frente do empreendimento: à margem da Rodovia Vito Ardito, no bairro Campo Grande.
Problemas ambientais
Uma usina desse porte polui em quantidades equivalentes ao seu tamanho. A queima de gás natural para a geração de energia elétrica intensifica os efeitos do aquecimento global, expelindo gases poluentes na atmosfera.
Além de ser um agente das mudanças climáticas, ao expelir tais gases poluentes a usina também prejudica a qualidade do ar na região, causando problemas respiratórios em quem morar nos seus arredores.
Apesar de gerar energia a partir da queima de gás natural, usinas termelétricas também precisam de água, que seria retirada da bacia do Rio Paraíba, conforme autorizado pelo DAEE. O risco de contaminação do rio é grande, o que levaria a problemas de saúde e à destruição de habitats naturais em seu entorno.
Não à construção da termelétrica
Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o ano de 2023 foi o mais quente da história, com temperatura média de 1,45°C. A construção de uma usina termelétrica vai na contramão das discussões para a busca de energias que não acelerem ainda mais o aquecimento global.
“É lamentável que, enquanto o planeta precisa de alternativas mais sustentáveis para a geração de energia, governantes tomam o caminho contrário e apoiam a construção da termelétrica. Vamos lutar para que esse projeto não seja concretizado”, disse Arthur Cezário, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região.
Audiência pública na Câmara dos Deputados
Na Audiência pública na Câmara dos Deputados que abordou a instalação de usina a gás de grande porte e impacto ambiental, a vereadora de Caçapava, Dandara Gissoni, elaborou sua fala sobre os problemas da cidade e de como descobriu sobre a termelétrica e a luta até a aprovação de uma lei que proíbe novas termelétricas na cidade, mas não interfere nesta em específico, que já está com processo iniciado.
Dandara explica que mesmo estando como presidente da câmara municipal na época do início do processo de licenciamento da usina, não foi por lá que isso chegou ao seu conhecimento, foi através de uma pesquisa de impacto que procurou a ONG local EcoVital, da qual é voluntária. “Essa empresa, na qual buscou a cidade de Caçapava, procurou outras cidades do Vale do Paraíba e todas as cidades negaram. Por sinal, essa é a sexta tentativa de instalação de termelétricas no Vale do Paraíba, todas fracassadas. Por quê? Porque teve luta da população, teve apoio das entidades ambientais”, disse Dandara. “A gente é a favor do empresário, a gente quer as indústrias lá, mas as boas, as que vão trazer, não só emprego para o nosso público, para a nossa população, que vai trazer orçamento para o município, mas que também sejam empresas, que sejam indústrias, que não vão danificar (…) não é verdade o número de empregos gerados, de acordo com o próprio responsável da empresa na qual eu estive presente”, concluiu a vereadora. (Fotos: Divulgação/ Eduardo Tavares/Arquivo).